Cientistas criam cerveja mais sustentável com gosto de lúpulo, mas sem lúpuloCientistas nos Estados Unidos criaram uma cerveja mais sustentável depois de descobrir uma maneira de obter o sabor característico do lúpulo em cervejas artesanais sem a necessidade de usar lúpulo, cujo cultivo exige o uso intensivo de água.Pesquisadores dizem que a técnica pode reduzir a dependência da indústria cervejeira do lúpulo - um cultivo sedento e caro - e produzir o aroma e sabor consistentes que são tendência entre os entusiastas da cerveja.Em um artigo publicado pela revista científica Nature Communications nesta terça-feira, cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley mostraram como usaram softwares de edição de DNA para manipular o genoma da levedura de cerveja, combinando genes de hortelã e manjericão, bem como dois de levedura normal.Isso impulsionou a produção de sabores normalmente fornecidos pela adição de lúpulo durante o processo de fabricação de cerveja."Fomos capazes de usar algumas das ferramentas que desenvolvemos para controlar com precisão o metabolismo para produzir a quantidade certa de sabores de lúpulo", disse Jay Keasling, professor de engenharia química e biomédica da UC Berkeley.Os resultados foram tão convincentes que os funcionários da vizinha Fábrica de Cerveja Lagunitas, em testes de sabor, disseram que a cerveja produzida em laboratório tinha mais gosto de lúpulo do que uma alternativa fabricada convencionalmente.Os cientistas foram informados de que sua cerveja geneticamente modificada tinha gosto de "'fruit loops' e flor de laranjeira", sem nenhum 'off-flavours' (sabor fora do padrão) perceptível, disse Charles Denby, um dos autores do estudo, à AFP.O lúpulo é uma planta extremamente intensiva em recursos, de modo que cada 'pint' (0,568 litro) de cerveja artesanal precisa de cerca de 50 'pints' de água apenas para cultivá-lo.A recente onda de fabricação de cerveja artesanal, que normalmente usa muito mais lúpulo por litro do que as cervejas produzidas comercialmente, também levou a um declínio acentuado na disponibilidade de algumas variedades de lúpulo."Além disso, muita energia é necessária para processar, transportar e armazenar" o lúpulo, acrescentou Denby.Sintetizar sabores de lúpulo na cerveja, em outras palavras, significa que uma quantidade significativamente menor de água e fertilizantes é necessária para produzir a cerveja perfeita."Minha esperança é que, se pudermos usar a tecnologia para fazer uma ótima cerveja que é produzida com um processo mais sustentável, as pessoas vão adotar isso", disse Denby.Os autores do artigo planejam continuar desenvolvendo novas linhagens de levedura para produzir uma variedade de cheiros e sabores."Usar as ferramentas apropriadas para controlar a produção desses sabores pode resultar em uma cerveja com um sabor de lúpulo mais consistente, ainda melhor do que a própria natureza pode fazer", disse Keasling.
Cientistas nos Estados Unidos criaram uma cerveja mais sustentável depois de descobrir uma maneira de obter o sabor característico do lúpulo em cervejas artesanais sem a necessidade de usar lúpulo, cujo cultivo exige o uso intensivo de água.Pesquisadores dizem que a técnica pode reduzir a dependência da indústria cervejeira do lúpulo - um cultivo sedento e caro - e produzir o aroma e sabor consistentes que são tendência entre os entusiastas da cerveja.Em um artigo publicado pela revista científica Nature Communications nesta terça-feira, cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley mostraram como usaram softwares de edição de DNA para manipular o genoma da levedura de cerveja, combinando genes de hortelã e manjericão, bem como dois de levedura normal.Isso impulsionou a produção de sabores normalmente fornecidos pela adição de lúpulo durante o processo de fabricação de cerveja."Fomos capazes de usar algumas das ferramentas que desenvolvemos para controlar com precisão o metabolismo para produzir a quantidade certa de sabores de lúpulo", disse Jay Keasling, professor de engenharia química e biomédica da UC Berkeley.Os resultados foram tão convincentes que os funcionários da vizinha Fábrica de Cerveja Lagunitas, em testes de sabor, disseram que a cerveja produzida em laboratório tinha mais gosto de lúpulo do que uma alternativa fabricada convencionalmente.Os cientistas foram informados de que sua cerveja geneticamente modificada tinha gosto de "'fruit loops' e flor de laranjeira", sem nenhum 'off-flavours' (sabor fora do padrão) perceptível, disse Charles Denby, um dos autores do estudo, à AFP.O lúpulo é uma planta extremamente intensiva em recursos, de modo que cada 'pint' (0,568 litro) de cerveja artesanal precisa de cerca de 50 'pints' de água apenas para cultivá-lo.A recente onda de fabricação de cerveja artesanal, que normalmente usa muito mais lúpulo por litro do que as cervejas produzidas comercialmente, também levou a um declínio acentuado na disponibilidade de algumas variedades de lúpulo."Além disso, muita energia é necessária para processar, transportar e armazenar" o lúpulo, acrescentou Denby.Sintetizar sabores de lúpulo na cerveja, em outras palavras, significa que uma quantidade significativamente menor de água e fertilizantes é necessária para produzir a cerveja perfeita."Minha esperança é que, se pudermos usar a tecnologia para fazer uma ótima cerveja que é produzida com um processo mais sustentável, as pessoas vão adotar isso", disse Denby.Os autores do artigo planejam continuar desenvolvendo novas linhagens de levedura para produzir uma variedade de cheiros e sabores."Usar as ferramentas apropriadas para controlar a produção desses sabores pode resultar em uma cerveja com um sabor de lúpulo mais consistente, ainda melhor do que a própria natureza pode fazer", disse Keasling.