LUDMILA, A MENINA COM GLIFOSATO NO SANGUE, ENVENENADA DIA APÓS DIAVerde Vida18 de fev. de 20182 min de leituraSua história foi parar no mundo inteiro. Um episódio absurdo, aparentemente sem sentido: uma menina de 2 anos e o glifosato. Na Argentina, a pequena Ludmila Terra luta entre a vida e a morte contra a leucemia. Traços de glifosato foram encontrados em seu sangue.Sua família procurou Roberto Schiozzi, um vizinho e fundador do Centro Ecológico do Paraná Coronda, quem contou a história e quem acompanhou os pais da criança para abrir queixa no Tribunal local. "Esta família veio me pedir uma mão para agir legalmente e obter proteção. Eu não hesitei por um minuto e eu me disponibilizei, não é possível que para provar que estamos nos matando, primeiro devemos morrer", diz Schiozzi.A humilde casa da família Terra é adjacente a um depósito de agrotóxicos da empresa José Pagliaricci. O glifosato e o Round Up são ali guardados, mesmo sendo proibidos em áreas urbanas.Em novembro do ano passado, ela foi hospitalizada por cerca de um mês por causa de sua perda de peso e desidratação, após um grave episódio de vômito.Isso preocupou seus pais que a levaram para o Hospital Infantil de Santa Fé. Os pediatras encontraram glifosato no sangue. Não é excluído que o herbicida possa estar envolvido no aparecimento da doença.abitantes. Dói ver como nos envenenam diariamente diante das autoridades políticas, sinto que a vida perdeu valor", disse Schiozzi.O diretor do Centro Ecológico do Paraná foi recebido pelo Ministério Público, que imediatamente se colocou a trabalho. Os testes médicos foram realizados imediatamente e a área em questão foi examinada:"Esse depósito (Pagliaricci) deve ser removido dali, há um bairro próximo que está em risco junto com seus habitantes", continua Schiozzi.Ludmila tornou-se o símbolo da resistência daqueles que querem continuar a viver em suas próprias casas, sem que para isso sejam envenenados dia após dia.
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