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Agenda parlamentar 2018: um filme de terror

  • Outras Mídias
  • 7 de fev. de 2018
  • 4 min de leitura








O texto em discussão é um substitutivo relatado pelo deputado ruralista Mauro Pereira (MDB-RS), hoje em sua décima terceira versão. Embora tenha evoluído em relação ao projeto original de Pereira – chamado “Licenciamento Flex” –, que essencialmente destruía o licenciamento ambiental no país, ele ainda contém pontos críticos. O principal deles é a possibilidade de Estados e municípios decidirem sobre o rigor de cada licença, o que causaria aquilo que o ministro Sarney Filho (Meio Ambiente) chamou de “guerra ambiental entre os Estados”. O texto também impede a Funai e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico) de vetar empreendimentos que afetem terras indígenas e sítios históricos e arqueológicos, e reduz o poder do Instituto Chico Mendes de fazer a mesma coisa no caso de empreendimentos que afetem unidades de conservação.




As unidades de conservação estão sob ameaça em pelo menos seis projetos. Tramita na CFT (Comissão de Finanças e Tributação), por exemplo, um projeto do deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) que prevê que áreas protegidas que não tenham seus ocupantes indenizados em cinco anos tenham sua criação anulada. No Senado é analisado outro texto, de autoria do senador ruralista Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que impede que qualquer unidade de conservação seja criada ou alterada sem anuência do governo do Estado no qual ela se situa. Falando em Flexa Ribeiro, também é dele o Projeto de Lei do Senado 626/2011, que está pronto para deliberação no plenário. A proposta permite o cultivo de cana na Amazônia – proibido desde 2009 – tendo como diretriz “o respeito à segurança alimentar e à nutrição adequada como direitos fundamentais do ser humano”.


Os índigenas evidentemente não saem nunca do radar dos ruralistas. Além da eterna PEC 215, que transfere ao Congresso a prerrogativa (hoje do Presidente da República) de demarcar terras indígenas, os ruralistas também desenterraram um projeto de lei de 2007 do deputado Homero Pereira (morto em 2013) para que terras indígenas sejam demarcadas apenas por projeto de lei. Dada a composição do Congresso, na prática isso impediria as demarcações. Na última segunda-feira (5), o blog Combate Racismo Ambiental divulgou uma nota informando que o PL teve relator designado neste mês na Comissão de Constituição e Justiça. Será o pepista gaúcho Jerônimo Goergen, o segundo deputado mais nocivo à agenda socioambiental na escala do Ruralômetro, ferramenta da Repórter Brasil para medir o grau de “febre” ruralista da Câmara.


 
 
 

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