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Artigo evidencia malformações congênitas por uso de agrotóxicos

  • Foto do escritor: Verde Vida
    Verde Vida
  • 17 de set. de 2017
  • 8 min de leitura





Os pesquisadores decidiram, então, considerar duas URs para efeito de comparação: a da Cascavel (que abrange os municípios de Anahy, Boa Vista da Aparecida, Braganey, Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Corbélia, Diamante d’Oeste, Foz do Iguaçu, Ibema, Iguatu, Itaipulândia, Lindoeste, Matelândia, Medianeira, Missal, Nova Aurora, Ramilândia, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Três Barras do Paraná e Vera Cruz do Oeste) e tem um alto consumo de agrotóxicos, e Francisco Beltrão (que compreende as cidades de Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Capanema, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Manfrinópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Pérola d’Oeste, Pinhal de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antônio do Sudoeste, São Jorge d’Oeste e Verê), com baixo consumo.




Além das malformações congênitas, o artigo de Lidiane Dutra e Aldo Pacheco Ferreira, que foi originalmente publicado na revista Saúde em Debate (volume 41 número especial | junho de 2017, uma publicação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde - Cebes), aponta para vieses importantes da pesquisa causados pela exposição a agrotóxicos. A partir de estudos feitos na Espanha e na Itália, em comparação ao que foi produzido por eles, os autores deduzem que “muitos casos de malformação congênita resultaram em óbitos fetais e abortos espontâneos, o que tornaria os números relacionados com o desfecho estudado ainda maiores”. Para isso, eles sugerem que análises mais “aprofundadas acerca das causas das MC, como investigação genética, ajudariam a estabelecer com maior precisão os fatores ambientais envolvidos”.



Para Lidiane Dutra e Aldo Ferreira, “o controle efetivo da exposição a esses pesticidas é muito pequeno e escasso no cenário brasileiro. Os dados referentes ao uso dos produtos não são sistematizados em bancos de dados informatizados para a grande maioria dos estados do país. Isso dificulta a mensuração do impacto da exposição ambiental desses produtos sofrida pela população”. Rosany Bochner concorda e é enfática ao afirmar que “há carência de dados sobre o consumo de agrotóxicos nos estados e os sistemas nacionais de informação não conseguem dar conta das intoxicações por agrotóxicos. O Sinitox vem apresentando uma queda importante na participação dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica em suas estatísticas, onde o decréscimo no número de casos não representa a realidade do impacto dos agrotóxicos sobre a saúde”, argumenta.


Ela também analisa os dados encontrados nos sistemas públicos de informação – o de Agravos de Notificação – Sinan e o sobre Mortalidade – SIM. “Se o Sinan traz um número crescente de casos, há problemas quanto à classificação, uma vez que, por exemplo, se observa várias tentativas de suicídio em crianças de 0 a 4 anos! Já o Sistema de Informação sobre Mortalidade mostra o decréscimo no número de óbitos decorrentes de intoxicação por agrotóxicos no período de 2010 a 2015 (897; 891; 694; 672; 607 e 620 casos, respectivamente) – porém, o que mais do que indicar uma queda, sinaliza problemas no registro da causa básica do óbito. Um exemplo disso foi o caso do trabalhador VMS, do Ceará, que apesar de se tratar de uma morte por intoxicação causada pela exposição ocupacional ao agrotóxico, em sua declaração de óbito constava apenas os efeitos decorrentes desse agravo”, observa. O caso a que a coordenadora do Sinitox se refere foi analisado em seu artigo intitulado “Óbito ocupacional por exposição a agrotóxicos utilizado como evento sentinela: quando pouco significa muito", publicado na Revista Eletrônica Visa em debate, do INCQS/Fiocruz. Neste artigo, Bochner afirma que “segundo o sistema, VMS seria mais uma vítima do agronegócio, que morre sem deixar vestígios da relação causal entre a exposição a agrotóxicos e o agravo à saúde”.









 
 
 

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